Eterna Aventura

 




Eterna Aventura

Sob o manto estrelado, tracei meu caminho, enfrentando os desafios com a coragem de quem conhece intimamente as araucárias e a paixão que reflete aquela que se banha no vinho.

Em cada passo, tornei-me tanto o pássaro quanto o ninho, autor da própria história, vivendo cada aventura como se fosse a única a soprar suavemente na memória.

Nas águas calmas da represa de Volta Grande, cada braçada foi um retorno às origens, uma viagem no tempo, acompanhada pelo sol e pela chuva, testemunhas da pureza de cada respiração como salvação dos erros do passado que atormenta o coração.

Ao longo dos 352 quilômetros, minha energia se espalhou pelo infinito, com o horizonte sempre a me desafiar, impulsionando-me a perseguir meus sonhos e me larguei sem hesitação.

O sopro que vem do folego Tupã tornou-se minha poesia, levando-me de volta à minha descendência, carregando as memórias vivas dos lugares por onde passei para regalar com versos os prisioneiros das canções.

Em cada gota de suor, a natureza me acolheu, reconhecendo-me como um explorador incansável, cuja essência o tempo jamais apagará porque me toca correr pelas terras dos antepassados.

Nas alturas onde as araucárias tocam os céus, nos vastos campos e nas águas que se estendem além do horizonte, minha corrida se fundiu com a melodia da terra, ecoando a voz dos ancestrais.

A emoção de cada aventura transformou-se em uma canção de memórias, um hino à perseverança que ressoa através dos tempos.

No pico das montanhas, onde os ventos narram histórias antigas, enfrentei abismos, ouvindo os sussurros das memórias guardadas pelo tempo.

Com a pele tocada pelo sol e o caminho iluminado pela lua, transcendi a figura de um mero aventureiro para entender a alma charrua.

Os ecos de minhas façanhas sussurraram meu nome com emoção, inspirando todos os que cruzaram meu caminho. Mesmo diante das tempestades mais ferozes, segui em frente, movido por uma esperança inabalável e um fervor que jamais se extinguiu.

Atravessando vales e rios, desertos e florestas deslumbrantes, provei que os sonhos são tangíveis, muito mais do que simples miragens.

Nesta linda aventura, onde cada amanhecer trazia uma nova dança com o destino, entendi o significado de nunca desistir, ainda que, a melodia se mostre fantasiada de melancolia.

De mim para você.

Por C. J. Vellasques


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