À Sombra do Julgamento
À Sombra do Julgamento
Cai a noite, fria e lenta, sobre o campo da justiça,
E meu coração, aflito, carrega o peso da incerteza.
Há no silêncio um grito que não se ouve,
Uma prece soprada ao vento, pedindo clemência.
Ah, justiça, doce musa admirável,
Por que me deixas à mercê do tempo,
Esperando por teu toque que redime,
Por tua luz que toca?
Os dias se estendem como um rosário de agonia,
Cada hora, uma lágrima que não cai,
Cada noite, uma saudade do futuro que se sonha,
De uma vitória que acalme a alma cansada.
Lutei com as armas da verdade,
Vesti-me de honra e de razão.
Mas no tribunal das incertezas,
Até a verdade parece um urro perdido.
Não há culpa em meu peito, só uma dor serena,
De ver minha luta transformada em papel,
De provar o que já sei,
De amar a justiça, que às vezes é tão fria.
E enquanto espero, o tempo me corta,
Como uma faca que não mata, mas fere.
Cada decisão adiada, um novo calvário,
Cada dúvida, uma ferida aberta.
Mas ainda assim, espero.
Pois o amor à justiça é minha fortaleza,
E a certeza de que o certo prevalecerá
É o fogo que me mantém vivo.
Que venha o julgamento, como a aurora que desponta,
Trazendo a promessa de dias mais claros.
E que ao fim desta longa espera,
Eu possa, enfim, encontrar a paz que tanto procurei.
Por C. J. Vellasques
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