Sopro
SOPRO
Não me peça que explique o vento,
se é ele quem guia meu caminhar,
há mistérios que moram no tempo,
e só o coração sabe decifrar.
Eu sigo o sussurro do invisível,
aquela certeza sem explicação,
feito rio que busca o impossível,
mas conhece de cor sua direção.
Há quem tema o passo incerto,
eu abraço o que não posso ver,
pois a alma escuta de perto
o que a mente insiste em temer.
Não sei por que amo a estrada,
nem por que danço sob o luar,
mas sei que a vida é encantada
quando deixo o sentir me guiar.
Se a razão traça mapas seguros,
o sopro desenha o céu,
e eu, entre sonhos e muros,
faço do improvável o meu véu.
Que venham os dias sem roteiro,
os encontros que o destino traz,
pois quem ouve o chamado primeiro
sabe que o incerto é onde mora a paz.
Outono de 2025
Por C. J. Vellasques
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