A Chácara da Esperança Perdida

A Chácara da Esperança Perdida Senhores e senhoras, fechem os olhos. Imaginem uma mulher. Não qualquer mulher. Uma idosa. Seu rosto carrega marcas de batalhas que nunca escolheu lutar. Seus ombros, cansados, suportam o peso de uma vida que sempre buscou fazer o bem. Ela não queria muito. Queria apenas um pedaço de terra onde pudesse ouvir o vento, onde os pássaros pudessem cantar, e ela, enfim, pudesse descansar. Mas a vida, cruel e insensível, lhe reservava um outro destino. Vejam-na naquele dia. Ela chega à chácara com um cachorro amarrado por uma corrente. O animal não entende o que está por vir. Tímido, treme nas mãos que agora tentam proteger, mas que também precisam de proteção. Ela não sabia, senhores, que naquele portão não havia acolhimento. Não havia braços abertos, mas vozes duras, olhares cortantes. E, como um trovão, veio o ataque. Empurrões. Gritos. Mãos que a seguram com uma força que ela jamais conheceria. Seu corpo, frágil, é jogado contra o chão. E então a dor v...