Justiça e Amor em Versos
Justiça e Amor em Versos
No tribunal da vida, em página aberta,
Do amor de um filho, a decisão é certa.
Não há sentença que o tempo apague,
Nem lei que do peito o afeto afaste.
Vocês, destinos cruzados,
Um laço de sangue, jamais quebrado.
Na balança do justo, pesou-se o querer,
O dever de amar, o direito de ver.
A guarda partilha-se, feito alvorada,
O lar materno, a base sagrada.
Mas quinzenalmente, como um rito solene,
O pai acolhe o filho, em horas perenes.
O tempo não mede, não se discute,
A infância voa, o amor não mute.
Que os autos contemplem, que a lei proclame,
Mas que o coração sempre reclame.
Nos cálculos frios, a pensão se resplandece,
A possibilidade que a vida oferece.
E quando os anos trouxerem seu brado,
Os vinte e cinco, o destino jurado.
Mas além dos números, dos autos e normas,
Fica o pacto maior, além das reformas.
Que o pai não pese, nem a mãe se endureça,
Pois a vida é litígio, mas também é beleza.
No contrato implícito do afeto e do ser,
O filho não é parte, nem pode sofrer.
Que as cláusulas do amor, de forma infinita,
Sejam sempre cumpridas, sem lides, sem cita.
Que o tempo revele, com brilho e clareza,
Que na justiça do lar, vença a grandeza.
Pois acima do foro, do rito e do nome,
O que vale é o abraço… e não o pronome.
Por C. J. Vellasques
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