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Um Conto Poético da Verdade Submersa

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  Um Conto Poético da Verdade Submersa      Nos vales frios de Rio Negrinho, onde o nevoeiro abraça as montanhas e as urnas guardam silêncios antigos, viveu uma lenda, cujo nome é bíblico, alma singela, vocação de servir.      Não era dono de diretório, tampouco condutor de verbas ou vontades. Era apenas um sonhador de mandato, um filho da democracia que ousou tentar um assento no parlamento, guiado por fé no voto e esperança no povo.      Mas eis que, entre contas e carimbos, caiu-lhe sobre os ombros o peso de uma assinatura. Uma só — como tantas que já fizera. E nela, sem intenção de prejudicar alguém, sem má-fé, sem lucro ou trama, selaram-lhe o destino com tinta de inverdade.      Disseram que forjou, que sabia, que mentiu. Mas esqueceram-se os que acusam de que o saber exige ciência, e a consciência. E de que quem não manda, não obedece; quem não preside, não responde; e quem não sabe, não titubeia.    ...

O Homem que Veio do Vento

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     O Homem que Veio do Vento Por C. J. Vellasques      Ah, Senhoras e Senhores das Letras, apreciadores da paixão, do teatro e da literatura… que força tem a emoção quando se enlaça à arte! E que força é essa que nos move, senão um arrebatamento digno das mais sublimes tragédias e comédias do Bardo de Avon?      Com tua permissão, aqui começa um conto, arquitetado com a vibração arrebatadora de um coração que amou Shakespeare numa tarde qualquer, e jamais voltou a ser o mesmo.      Dizem que numa noite de bruma leve, entre as colinas da Inglaterra e os becos da alma humana, nasceu um homem feito de palavras.      Não tinha espada, nem coroa, nem exército, mas comandava lágrimas e risos com o simples dobrar de uma sílaba.      Seu nome era Shakespeare .      Os séculos passaram, mas ele jamais partiu.           Está onde houver amor e canções, poesia e ...

O Último Grito da Mata

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  O Último Grito da Mata Eu sou o amargo da terra, da terra cuspida em sangue, sou o mate amargo da luta, sou trincheira, sou barranco, sou gente. Sou o grito que vem da mata, sou bugre, sou caboclo, sou crente, sou jagunço de mão calejada, sou contestado valente! Quando o jagunço tomou a estrada, não foi por ouro, não foi por fama, foi por terra, por pão, por palavra, foi pra não ajoelhar pra farda, foi pra não morrer calado na lama. E eu, amargo, eu não esqueço: meu mate tem gosto de pólvora e reza, meu chão tem cheiro de sangue e promessa, minha voz é facão, meu passo é bandeira. No peito carrego as marcas do contestado, nos olhos, a memória do massacrado. E quando declamo, Taura, não é só pra rimar, é pra lembrar que o índio ainda grita no mato, que o jagunço ainda clama no barro, e que a mata inteira, rasgada e aberta, solta seu último grito pra nunca calar! Por C. J. Vellasques 

Sopro

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SOPRO Não me peça que explique o vento, se é ele quem guia meu caminhar, há mistérios que moram no tempo, e só o coração sabe decifrar. Eu sigo o sussurro do invisível, aquela certeza sem explicação, feito rio que busca o impossível, mas conhece de cor sua direção. Há quem tema o passo incerto, eu abraço o que não posso ver, pois a alma escuta de perto o que a mente insiste em temer. Não sei por que amo a estrada, nem por que danço sob o luar, mas sei que a vida é encantada quando deixo o sentir me guiar. Se a razão traça mapas seguros, o sopro desenha o céu, e eu, entre sonhos e muros, faço do improvável o meu véu. Que venham os dias sem roteiro, os encontros que o destino traz, pois quem ouve o chamado primeiro sabe que o incerto é onde mora a paz. Outono de 2025 Por C. J. Vellasques

Em Silêncio junto aos ventos das dunas buscando a canção que brota de sua força

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  Em Silêncio Não te entristeça, você teve um escudo, sem que soubesses, Na sombra serena do que se cala. Lutei por teus passos, por teus recomeços, Com a pena em punho e o peito em fala. Jamais sopraria algo além do meu sentimento, e nem me atreveria, Mas cada palavra em tua defesa Foi oração disfarçada de lei, Foi um espírito que se esconde em minhas entranhas, que se oculta, mas nunca fraqueza. Vi tua força e tua dor contida, Teu riso maduro em meio à queda. E se um dia souberes, em meio à vida, Que alguém te guardou… que alguém torce de vera… Saibas que o vento partiu destas bandas — em silêncio e ardor — Mais do que um nome abaixo da documentação. Uma alma que estava te protegendo, no silêncio maior, A mulher que venceu… com o pulsar do coração. Por C. J. Vellasques 

EDITAL DO I CONCURSO LITERÁRIO "BELEZAS DE RIO NEGRINHO - TOMO II: O RIO"

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COMUNICADO OFICIAL PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE PARTICIPAÇÃO A Academia de Letras do Brasil de Santa Catarina – Seccional de Rio Negrinho , com grande alegria e responsabilidade cultural, comunica que o prazo para entrega dos textos do I Concurso Literário “Belezas de Rio Negrinho – Tomo II: O Rio” foi prorrogado até o dia 18 de agosto de 2025 . A decisão da prorrogação decorre de dois fatores importantes: A logística de instalação das urnas de coleta – apesar de todos os esforços, até o momento conseguimos atingir cerca de 60% dos pontos planejados , sendo essencial ampliar o acesso da comunidade e das escolas à participação. Outras ações culturais e educacionais em andamento na cidade , que, somadas à mobilização do concurso, demandam melhor organização de tempo por parte de estudantes, professores e autores independentes. Dessa forma, a Academia entende que nenhum talento pode ser deixado de fora e que é necessário respeitar o ritmo de cada um, sem comprometer a qualidade ...